Hotel News | Executivas do setor turístico falam sobre conquistas, desafios e futuro
Segundo dados de uma pesquisa do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) em parceria com o Centro Global de Turismo Sustentável (STGC), as oportunidades de emprego de mulheres e jovens cresceu 24% nos últimos dez anos em todo o mundo. O estudo afirma que a indústria empregou diretamente 47,8 milhões de mulheres em 2019, contra os 38,6 milhões registrados em 2010.
No Brasil, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), apresentam o perfil de pessoas que passaram a atuar em empregos formais nas atividades diretas/exclusivas do turismo em 2023, ano em que 17.139 novos postos de trabalho foram gerados em hotéis, agências de viagem, transporte aéreo e transporte rodoviário, entre outros setores do turismo. Desse total, 43% foram ocupados por mulheres.
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977 e comemorado em 8 de março, executivas e empreendedoras da indústria falam sobre desafios, conquistas e visões de futuro.
Ana Santana, diretora-geral das empresas Schultz
De modo geral, ao longo dos últimos anos temos observado a ampliação de mulheres no mercado de trabalho, nos diversos setores econômicos e em diferentes posições, o que é uma conquista merecedora. Esta é uma verdade também no turismo, uma indústria focada na experiência e, para a qual, nosso olhar amplo e nossa atenção aos cuidados e detalhes é um grande diferencial.
Leila Borges, gerente-geral do Jardim Atlântico Beach Resort
“Cargos que eram tidos como exclusivamente masculinos agora estão ocupados por lideranças femininas e, não raras vezes, suas inovações são inspiradas em sua vida cotidiana. A mulher tem papel decisivo no aumento da eficiência do negócio, promovendo mudanças significativas. Nós somos um povo alegre, diverso em cultura e com uma extensão demográfica que nos favorece de inúmeras formas. Entendo que é preciso aumentar a representação das instituições ligadas à indústria, desenvolver mais projetos que ampliem a logística, o mobiliário e a capacidade de receber e encantar.
Silvia Morais, diretora-executiva de Entretenimento e Hospitalidade do FN Group
A indústria ainda é bastante masculina quando olhamos para os cargos de direção e nós temos que virar essa chave. Em minha avaliação, temas como capacidade de liderança, ganhos preocupação com a gestação ou maternidade não podem mais serem considerados no mundo atual. Nós precisamos formar pessoas – a mão de obra é um ponto muito desafiador no turismo. A mulher possui a sensibilidade e a criatividade que nossa indústria demanda. Mais do que isso, a mulher possui determinação. Eu não tenho dúvidas de que o turismo é para as mulheres.
Bianca Pizzolito, head da WTM Latin America
Romper a barreira que separa as mulheres de posições de liderança é um desafio que vem sendo observado e trabalhado ao longo dos últimos anos, mas que ainda tem um caminho a ser trilhado. Eu acredito muito que a reconstrução do futuro está acontecendo neste momento. E nós estamos otimistas com o que pode e vai ser construído.
Fernanda Nogueira, gerente de Projetos da Caio Calfat Real State Consulting
A mulher está mais qualificada e tem mais opções de escolher onde e como quer trabalhar, incluindo aí os vários perfis de empresas, modelos de trabalho e empreendedorismo que, inclusive, ganhou mais luz desde o início da pandemia. O mercado imobiliário tem acolhido um maior número de mulheres, embora se observe uma presença maior de homens. Acredito que discussões de cargos e salários tendem a mudar no horizonte de longo prazo. Celebrar o 8 de março não se trata apenas de reconhecer as conquistas, mas também de renovar o compromisso de alcançar igualdade e inclusão.
Fonte: Hotel News