Adit Share: 12ª edição é oficialmente aberta em Atibaia (SP)
O encontro, destinado ao setor de multipropriedade, acontece no Tauá Resort & Convention Atibaia, a uma hora da capital paulista, e conta com 515 participantes. A programação do evento se estende até sexta-feira (24) e terá mais de 43h de conteúdo.
A cerimônia de abertura contou com a presença de Caio Calfat, presidente do Conselho da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil) e sócio-diretor da Caio Calfat Real Estate Consulting; Fabiana Leite , diretora de Desenvolvimento de Negócios da RCI para a América Latina; Gabriel Senna, head de Seminários Nacionais da Adit Brasil; Lizete Ribeiro , CEO do Grupo Tauá de Hotéis; e Martín Diaz, presidente-executivo da Adit Brasil.
Logo após a abertura da Adit Share, foram apresentados dois painéis sobre o mercado: Cenário da Multipropriedade no Brasil 2024 , com participação de Calfat e Fernanda Nogueira, diretora de Projetos da Caio Calfat Real Estate Consulting, apresentando um estudo da empresa sobre o segmento; e Comportamento do Consumidor de Multipropriedade , também apresentado pelo executivo da Adit Brasil, ao lado de Carolina Saas de Haro, managing partner da Mapie.
Cenário da multipropriedade
No primeiro painel, foi apresentada uma pesquisa da Caio Calfat Real Estate Consulting sobre o atual cenário do setor. Além do incremento do VGV (Valor Geral de Venda) em si, de 33%, outras boas novas apareceram em destaque. A oferta de empreendimentos (com sala de vendas abertas) no segmento cresceu 11,1% em território nacional, saindo dos 180 para 200 de 2022 para 2023. Esses projetos se espalham por 89 cidades em 19 estados. “Chegamos a esse número devido a vários fatores, entre eles a forte participação do Nordeste no mercado de multipropriedade, ficando abaixo apenas do Sul. Em seguida, aparecem Sudeste (45), Centro-Oeste (26) e Norte (6). Além disso, vemos projetos mais bem desenhados e bem estruturados. Por isso, o mercado está muito mais centrado, com as pessoas sabendo o que fazer, o que dá certo ou errado”, disse Fernanda.
“Não entram na nossa conta projetos que já estão com terreno comprado e projeto aprovado. Então, estimo que esse número pode ser potencialmente três vezes maior”, afirma Calfat. “Isso mostra o amadurecimento do setor”, completa. Outros indicadores relevantes do estudo, que chegou à 8ª edição, também apresentaram expansão de dois dígitos. Entre eles, o valor médio da semana, que avançou 14,4% ano contra ano, saindo de R$ 39 mil para R$ 45 mil.
Embora a maioria dos empreendimentos se enquadre nesse valor médio, o levantamento mostra aumento em projetos com tíquete médio maior até um teto de R$ 80 mil por semana, o que demonstra a busca por novos nichos de clientes. Em relação ao mercado corrente, segmento que reúne projetos operantes no mercado de multipropriedade há menos de cinco anos que possuem estoques de frações inferior a 95%, foram contabilizadas 116 propriedades, superando as 104 de 2023, crescimento de 11,5% frente ao ano passado. “A multipropriedade tem conseguido se posicionar muito bem no mercado, graças ao refinamento de produto, estratégias comerciais mais bem elaboradas. O mercado de comercialização se sofisticou bastante, e isso foi muito positivo para o setor como um todo”, ressaltou Fernanda.
Por fim, o número total de frações apresentou crescimento de 19%, atingindo volume de mais de 1 milhão de frações disponíveis em pouco mais de 10 anos. Do total mapeado, 44% estão em estoque, índice que já era esperado diante do crescimento na oferta geral. “A pesquisa comprova que a multipropriedade segue com uma tendência positiva de crescimento e entra em uma nova fase, com produtos diferenciados e gestão mais profissionalizada, enquanto a curvatura de vendas indica qualificação no modelo de captação e vendas tem se qualificado”, finalizou Calfat.
Comportamento do comprador
A segunda pesquisa apresentada na Adit Share tratou do comportamento do consumidor segmento de multipropriedade. Durante a explanação, Carolina traçou um perfil desse público, ressaltando que o consumidor de de alto padrão ainda é o que menos se destaca. “Por outro lado, estamos vendo cada vez mais produtos voltados para este grupo, então há uma forte tendência de aumento do consumo por parte dessa faixa de renda”, explicou.
A executiva pontuou que o cliente da multipropriedade tende a ir mais a lugares com os quais está familiarizado, viajando de duas a três vezes por ano, com gasto médio entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. “Nosso levantamento mostrou que, entre as principais motivações para as viagens, está a vontade de relaxar e se divertir, o que reflete muito no consumo dos produtos desse modelo. Além disso, os destinos de sol e praia aparecem como preferidos dos consumidores. Para o multiproprietário, estar associado a um produto com essa formatação é muito importante”, analisou.
A pesquisa mostrou que, de modo geral, os hotéis quatro estrelas apareceram como as acomodações mais escolhidas pelos viajantes. “Um hotel confortável, que permite que o cliente usufrua do destino, é um ponto muito importante, pois isso direciona os investimentos futuros da multipropriedade”, completou.
Hoje, o Nordeste aparece como região que mais consegue atrair clientes de outras regiões. “Outro fator que irá direcionar os rumos do mercado é a motivação pela qual as pessoas compram uma multipropriedade. No topo da lista, está a possibilidade de voltar a um lugar com frequência, além do retorno sobre o investimento. É uma indústria que está em crescimento e que ainda tem espaço para melhorar. O brasileiro é satisfeito com esse novo modelo, mas ainda há aquele receio na hora de recomendar para outra pessoa”, finalizou.
Fonte: Hotelier News