Hotel Praia Ipanema é vendido para se tornar residencial de luxo
Construído nos anos 1970, o edifício do Hotel Praia Ipanema dará lugar a um residencial de luxo. O prédio, localizado na Avenida Vieira Souto, foi adquirido pela Bait Incorporadora e passará por um retrofit. De acordo com as informações divulgadas pelo Diário do Rio, o valor do metro quadrado deve chegar a R$ 100 mil. A venda é resultado de uma somatória de fatores, como a crise gerada pela pandemia e o bom momento do mercado imobiliário da Zona Sul do Rio de Janeiro.
De acordo com o veículo, corretores estimam que o valor da propriedade é avaliado em mais de R$ 180 milhões. O prédio de 17 andares, todos com vista para a praia de Ipanema, está em estudo para ser convertido em apartamentos que vão de 60 a 360 metros quadrados, segundo a incorporadora.
Em entrevista ao Diário do Rio, Henrique Blecher, CEO da Bait, reforçou a estratégia de mercado da empresa e o otimismo quanto ao mercado imobiliário da capital fluminense. “Esse é o pensamento da Bait: fazer uma ideia de casa diferente. A gente tenta ganhar um pouco mais de pé-direito, o que parece uma coisa boba, mas traz mais satisfação, mais qualidade para o imóvel, para a vida das pessoas. São cuidados que fazemos que se tornam diferenciais. Além dos terrenos. A gente escolhe muito bem. A gente não compra o terreno e cria o produto. A gente pensa no produto e compra terreno.”
Hotel Praia Ipanema: o projeto
O novo residencial da Cidade Maravilhosa contará com serviços para moradores, como limpeza, lavanderia, concierge e beach club, que serão fornecidos por uma marca hoteleira ainda não definida. O Hotel Praia Ipanema pertencia, originalmente, ao empresário libanês Nicolau Chami, e seus herdeiros negociaram a venda da propriedade.
A conversão de hotéis em residenciais é uma tendência no Rio de Janeiro. De acordo com o jornal O Globo, pelo menos 11 empreendimentos devem transformar parte de seus quartos em residências ou escritórios, segundo a HotéisRIO. A transformação no mercado é mais um desdobramento da pandemia. Na lista, estão edifícios como o tradicional Hotel Glória e o Hotel Flamengo Palace, além do Hotel Novo Mundo, convertido em um residencial para estudantes.
Para Caio Calfat, presidente da Caio Calfat Real Estate Consulting, após sofrer diferentes crises consecutivas, a conversão dos ativos da cidade é a melhor solução que o mercado pode oferecer no momento. “O Rio de Janeiro passou de 22 mil para 62 mil UHs no período da Copa do Mundo. Em seguida, teve o impacto econômico da crise do governo de Dilma Rousseff e agora, a pandemia. É melhor encontrar novas formas de ocupar esses empreendimentos para depois desenvolver novos hotéis quando o cenário permitir”, explica. “Tirando oferta do mercado, consequentemente existe uma melhora no desempenho dos que ficam, o que permite uma retomada em condições mais fáceis”.
Calfat ainda ressalta que o movimento pode ser observado em outras cidades, como é o caso da capital ceareanse. “Em Fortaleza, a situação é pior ainda. Com a aprovação de uma lei que permite a construção de prédios residenciais altos, muitos hotéis estão sendo vendidos para serem demolidos com o objetivo de viabilizar esses empreendimentos. É um movimento que acontecerá até que a recuperação da hotelaria de negócios seja plena”.
Fonte: Hotelier News